Deixar ir e ver o que acontece…

sexta-feira, agosto 05, 2016


         Hoje, esta frase: “ Às vezes temos que, simplesmente deixar ir e ver o que acontece”, encaixa tanto no meu dia como há um ano atrás. E porquê? Porque lá foi a Di para mais um acampamento de uma semana onde durante sete dias terei notícias dela apenas através de um blog. As regras são implacáveis: as crianças não podem levar telemóvel nem são dados quaisquer contatos dos professores. São sete dias onde pais e filhos não têm qualquer contato direto. Para alguns parece estranho, e à minha volta oiço comentários, tais como:
           — Não sei como a deixas ir!
           — Eu não deixava…
           Pois é, mas eu deixo!
          Com a Parentalidade Consciente aprendi que mais importante do que a aceitação social é a relação que construímos com os nossos filhos. Por vezes não é fácil, porque crescemos a ouvir o que a sociedade considera certo ou errado, e importamo-nos muito com o que os outros pensam. Mas, com paciência, vamos aprendendo a fazer as coisas pela nossa cabeça e não a estarmos sempre sujeitos às sentenças dos outros. As respostas estão sempre dentro de cada um de nós e, mesmo que em algum momento não as encontremos, ou tenhamos resistência em aceitá-las, mais tarde ou mais cedo a mesma resposta volta a surgir. Em caso de dúvida, o que faço é escutar o meu coração.
           Assim, como a Di me disse que está preparada para ir e porque me explicou que participar no acampamento é muito importante para ela, eu escuto-a, respeito-a e acima de tudo acredito na minha filha e… deixo-a ir.
          Deixo-a ir e fico feliz que ela vá porque não a quero privar destes momentos de crescimento que a vida lhe proporciona; porque sei que é importante para ela, para mim e para as duas que ela vá. É importante para ela, para desenvolver a sua autoconfiança; é importante para mim, para que eu possa continuar a construir a minha confiança na sua autonomia; é importante para as duas, porque existem alturas em que simplesmente temos que deixar acontecer, deixar ir e depois voltamos a reencontrar-nos. E é tão bom!
         A Di está a crescer e apercebo-me que não posso controlar tudo o que acontece no seu dia a dia. Posso sim, dar-lhe o meu amor e, transmitir-lhe o meu conhecimento e experiência, ao mesmo tempo que procuro abraçar com tranquilidade este deixar acontecer e deixar ir que fazem parte natural de crescer a ser.  
          A Di está toda feliz e contente por ir. O ano passado correu tudo bem e senti que a Di veio mais crescida, mais responsável e mais capaz. Este ano vamos ver o que acontece…

Até já!
 


Até já!

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