Já contou ao seu filho a sua história de amor?
Se ele for
muito pequeno para compreender, escreva-a para um dia ele ler ou espere mais
algum tempo. Se ele já entender, observe como ele acompanha curioso o que lhe
está a contar.
Experimente
também revisitar como tudo começou com a sua cara metade e sinta que sensações
vos traz reviverem esses momentos.
Mesmo que
esteja separado/ divorciado é muito importante para a criança saber como a mãe
e o pai se apaixonaram, afinal todos temos uma história, e para a criança é
muito benéfico saber que um dia houve alguma coisa que uniu o pai e a mãe, e
que dessa união, desse amor, surgiu ela.
E se for uma
história que não tem aquele “ideal romântico” que geralmente nos impomos?
Está tudo bem!
É a sua
história, é o seu coração a falar ao coração do seu filho e o que contar deve somente
adequar-se à idade em questão. É importante dizermos sempre a verdade desde que
adequada à faixa etária, pois a verdade traz à criança confiança, sentimento de
pertença e pode até ajudar na construção da sua identidade.
Na minha
profissão, como professora é comum ouvir algumas crianças dizerem que não são
resultado do amor porque os pais já não estão juntos. Explico-lhes sempre que
para terem nascido teve que haver um momento em que os pais sentiram muito
amor, só que às vezes o amor entre o casal termina ou transforma-se noutro
sentimento como a amizade. O receio das crianças, no geral, é saberem se o amor
dos seus pais para com elas também pode terminar. E aí respondo-lhes que o amor
de um pai/mãe pelo seu filho nunca termina porque estão ligados por um “fio
invisível” durante toda a vida até que um deles morra.
Eu e o pai da
Di também estamos separados desde que ela “pediu “para vir a este mundo, mas
ela sabe que teve que existir um grande amor entre nós para ela ter nascido. Agora
estamos todos mais unidos e felizes com as novas famílias que construímos e a
Di é e será sempre a ponte que nos liga.
Hoje faz-me
sentido contar a história de amor que vivo há seis anos e da qual a Di faz
parte diariamente.
A dança para
mim é muito especial! Através da dança exprimo-me, relaxo e comunico. Foi
também na dança que encontrei o amor. Eu e o Tiago conhecemo-nos na dança e foi
nela que nos apaixonámos. Costumo dizer que o universo mexeu os seus cordelinhos
para nos juntar, pois nada previa que naquele simples caminho até ao meu carro
os nossos corações ficassem unidos até hoje.
Depois de uma
noite de muita dança, o Tiago ofereceu-se para me levar ao carro. Começámos a
caminhar na direção onde tinha estacionado, quando dois carros da polícia
chocaram mesmo atrás do meu carro deixando-o bloqueado. Sem forma de tirar o
carro, acabámos por ficar o resto da noite a conversar, sentados no passeio, até
de madrugada. Tivemos ali horas, mas o tempo voou e quando finalmente, o
comandante da polícia deliberou que a situação estava resolvida, já nem nos
lembrávamos do carro. Parecia que o tempo tinha parado e só nós exístiamos. Não
nos queríamos separar, por isso combinámos tomar o pequeno almoço numa
pastelaria na Avenida de Roma. Cada um seguiu no seu carro, mas o Tiago,
prevenido, pediu-me o número de telefone, não fosse desencontrarmo-nos. Já na
pastelaria, a cumplicidade era notória, as mãos entrelaçadas, o coração a bater
mais forte e os risos alinhados em gargalhadas genuínas e espontâneas fizeram
com que víssemos o amanhecer juntos. Desde esse dia que temos partilhado muitos
amanheceres juntos e que temos vindo a construir a nossa história de amor. Uma
história ainda com muitos capítulos dos quais a Di fará sempre parte.
Deixo-lhe também algumas histórias infantis para ler aos mais pequenos.
Feliz dia de São Valentim!
Até já!