Já não é a primeira vez que escrevo sobre esta temática, pois considero
fundamental relembrar a importância do brincar e o quanto a brincadeira livre é importante para o
desenvolvimento harmonioso de uma criança. De tal forma que o direito ao brincar está contemplado na Convenção sobre os Direitos da Criança (art.º 31).
Brincar é muito sério, pois possibilita o desenvolvimento de
competências que nenhuma outra atividade ou disciplina desenvolvem. Os défices
de atenção todos os anos aumentam porque as crianças não têm tempo para brincar
e passam longas horas sentadas o que vai contra o seu natural desenvolvimento. Por
conseguinte, os tempos de brincadeira nas escolas deveriam ser mais alargados e
até fazer parte do horário como: Hora do
Brincar. Fica a sugestão!
Também nas famílias é importante existirem estes momentos, longe de
tecnologias e de distrações, dando à criança liberdade para brincar. O ar livre
é um sítio propício ao desenvolvimento da brincadeira e permite a interação
entre um maior número de crianças. Através da brincadeira livre a criança
desperta, revelando o que está dentro dela. No faz de conta, a criança
expressa-se de forma espontânea e criativa sem a intervenção de um adulto.
Alimenta a sua curiosidade, que sabemos ser um dos fatores fundamentais para o
desenvolvimento intelectual e recria situações reais onde pode explorar
múltiplas possibilidades. O brincar é a forma que a criança tem de descobrir por
si mesma e ao seu ritmo o mundo à sua volta.
Acredito que é a
brincar que em primeiro lugar uma criança aprende, por isso sempre fiz
questão que a Di tivesse muito tempo para brincar. Fazemos jogos em família, vamos ao parque,
brincamos com os primos e também damos espaço e tempo para a Di explorar
atividades menos comuns como o grafitti ou
simplesmente e igualmente bastante enriquecedor para ela, brincar sozinha com
os seus brinquedos, principalmente com os seus legos. Adora! Às vezes também
se entedia e diz que não tem nada para fazer e que não sabe ao que há de
brincar. Confesso que fico feliz por ela ter estes momentos, pois assim dou-lhe
a possibilidade de encontrar sozinha soluções para quando se aborrece. Tenho
observado que cada vez mais os pais acham que têm que entreter as crianças a toda a hora,
dando-lhes tudo e híper estimulando-as o que depois faz com que não se
interessem por nada e assumam uma postura acomodada.
Brincar é muito sério e ainda mais num mundo em constante mudança como
o atual, pois mais do que desenvolver competências académicas, a criança
precisa de ser criativa, habilidosa e saber adaptar-se à impermanência das
situações. Não nos é possível prever o que um trabalho daqui a duas décadas vai
obrigar, mas no presente vários estudos comprovam que as chamadas soft skills hoje e futuramente são
aquelas que fazem a diferença e essas desenvolvem-se primordialmente na
infância através da brincadeira livre.
Brincar é muito sério pois permite hoje e sempre que a criança seja
verdadeiramente feliz!
Ajudemo-las a terem o seu tempo para brincar.
Até já!
Podemos ir à sua Escola ou à sua Empresa.
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