Como é bom ser criança
segunda-feira, setembro 05, 2016
A natureza é um local
muito importante para todos nós e é ainda mais importante para as crianças. Na
natureza, as crianças vivenciam uma panóplia de experiências, que através da
brincadeira lhes permitem SER, descobrir, experimentar e estar de forma
natural, aprendendo de forma lúdica e descontraída conceitos que posteriormente
poderão aplicar no seu dia a dia. A natureza é também um local privilegiado
para o desenvolvimento da imaginação e criatividade, através do improviso e
exploração do ambiente envolvente.
Considerando fundamental
o contato com a natureza, procuro fazer programas que incluam ar livre, por
isso aproveitámos o intenso calor que se tem feito sentir e convidámos os
primos para fazer um piquenique. Decidimos ir ao Parque dos Moinhos de Santana
onde pudemos descobrir um pequeno paraíso dentro da cidade de Lisboa, onde não faltam
espaços verdes, repuxos de água, um lago cheio de sapos e pequenos percursos de
água.
Quando chegámos, não
resistimos a correr até ao lago onde sobressaíam uns belos, grandes e sublimes
nenúfares amarelos e rosas. Ao aproximarmo-nos do lago o deslumbramento foi
geral: girinos, sapos, sapinhos e sapões nadavam, saltavam ou apenas estavam
muito quietinhos como se praticassem meditação. Bastante sossegados mas atentos
a tudo, os sapos olhavam para a Di e para os seus primos de forma impávida e
serena, saltando apenas quando estes, na sua caça infrutífera, para sorte
destas rápidas criaturas verdes, lhes conseguiam tocar. O tempo passava mas a diversão
nem por isso. Foi impossível prever quanto tempo e o quão os miúdos se iriam
divertir neste lago. Desde a caça ao sapo, à “limpeza de pele” – sim, porque de
repente estávamos todos com os pés descalços no lago, com os girinos a dar-nos
pequenas mordidelas – passando pelas gargalhadas deliciadas, quando finalmente quase
conseguiam apanhar um sapo e pelos “diálogos” que estabeleciam com estes seres
vivos, foi digno de testemunhar o quanto é bom ser criança e como é fácil ser feliz
na natureza.
Estava na hora de almoço,
por isso estendemos a manta e saboreámos a famosa salada lá de casa: atum com
grão e cebola salpicada com coentros, especialidade da nossa mini chefe Di. Para
sobremesa houve fatias de meloa e uvas fresquinhas para todos.
Depois houve tempo para
explorar as infraestruturas feitas pelos humanos. Fomos ver os moinhos que dão
o nome ao parque. Um deles estava aberto e pudemos entrar.
Falámos sobre a moagem dos cereais, observámos as grandes velas e cá de cima conseguimos
observar a vista magnífica sobre a nossa cidade. Foi interessante também
imaginar como teria sido a vida antes da construção massiva de prédios que hoje
em dia rodeiam o parque. Brincou-se no parque infantil e percorremos o circuito
de ginástica criado para o efeito, onde os miúdos experimentaram alguns dos
aparelhos. Também passámos pelo ringue de patinagem e pelo skate parque, mas como
não levámos nenhum destes equipamentos usámos a imaginação e o skate parque
ainda serviu de escorrega radical.
No final, apanharam-se
pinhas e andámos todos a partir e a comer pinhões. Uma delícia! A simplicidade
foi o mote do dia e o fato de ser em versão low
cost, no mês em que o orçamento vai quase todo para materiais escolares,
também ajudou.
As crianças divertiram-se
imenso e eu também. A espontaneidade aliada aos sorrisos e gargalhadas que ouvi
ao longo de todo o dia deixaram-me eternamente agradecida por ter sido
presenteada com a companhia destes três miúdos e por ter podido perceber e relembrar-me
de como é bom ser criança.
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